Integrando o movimento capitaneado pela ONU-Habitat, o Sindicato dos Arquitetos do Distrito Federal (Arquitetos-DF) aderiu ao Outubro Urbano. O circuito de debates realizado anualmente propõe uma reflexão acerca dos espaços urbanos, do direito à cidade e da cidadania. Na Capital Federal, o foco da campanha será no direito à cidade e moradia digna, tendo como tema central a disputa pela ocupação das áreas centrais do Plano Piloto.
A nova diretoria do sindicato – empossada em setembro –, vêm atuando em conjunto com outras entidades de classe, organizações sociais, população de rua e ambulantes na luta pelo direito à cidade seja garantido à todos os sujeitos urbanos, especialmente contra políticas higienistas e gentrificadores nas áreas centrais de Brasília. O Arquitetos DF vem participando das instâncias públicas de debate populares e do Estado a fim de colaborar com a construção coletiva uma agenda urbana para a capital.
Os arquitetos do Distrito Federal estão mobilizados para garantir uma discussão clara em torno do projeto de lei de revitalização do SCS proposto pela SEDUH. Uma das questões essenciais apontadas até então é a necessidade de considerar a realidade de centenas de moradores de rua e os trabalhadores ambulantes que operam na região, principalmente no Setor Comercial Sul (SCS) e na Rodoviária do Plano Piloto, como protagonistas desta narrativa.
A primeira linha de ação será a participação ativa na cobrança de construção popular do projeto de lei complementar, que, dentre outras coisas, regulariza o uso habitacional no SCS. Concomitantemente, o Arquitetos-DF pretende acompanhar o processo de organização popular e institucional que está articulado pela luta das trabalhadoras e trabalhadores ambulantes e moradores de rua.
Nesse sentido entendemos que mesmo um Projeto de Lei bem intencionado, porém genérico e pouco detalhado, pode dar espaço para: reserva especulativa, gentrificação do espaço do SCS e, principalmente, para o agravamento de ações higienistas de Estado, nossa proposta é, portanto, estabelecer discussões teóricas e metodológicas coletivas sobre as ocupações nas áreas centrais da cidade para que isso auxilie no embasamento e argumentação junto aos órgãos públicos para a adoção de medidas concretas de inclusão e cidadania”, ponderou a diretoria do sindicato.
Presente no Centro do Plano Piloto, no próprio Setor Comercial Sul, a sede do Arquitetos-DF é símbolo da luta dos profissionais de Arquitetura e Urbanismo pelo processo de inclusão na cidade. Considerando as limitações da pandemia, o sindicato buscará entender como sua presença no setor pode colaborar organizativamente para assegurar o debate democrático acerca dos temas que impactam na cidade.
Dentro da agenda do Outubro Urbano do Arquitetos-DF, se abordará também a discussão internacional sobre a moradia e o direito à cidade, além do debate sobre os reflexos da pandemia junto às comunidades mais carentes do Distrito Federal.
Por fim, para sistematizar o debate, o Sindicato dos Arquitetos do DF usará seu jornal, o Tribuna Livre. Por meio de edição digital, para apresentar pontos de reflexão à comunidade abrindo fóruns de discussão acerca dos temas. A publicação ainda trará perfis e entrevistas com sujeitos atuantes no planejamento e ocupação desses espaços como urbanistas, moradores de rua, coletivos organizados, entidades de classe, trabalhadores e articuladores locais.
Fonte: Arquitetos-DF